Por Garra em 11/12/2023 em Brasil e Mundo

Produção de proteína animal terá desaceleração em 2024, diz Rabobank; preços devem subir

Após quatro anos de crescimento global, a produção de proteína animal deve se expandir a um ritmo moderado ou mesmo registrar redução entre algumas espécies em 2024, prevê o Rabobank. A mudança ocorre num momento em que produtores e processadores enfrentam margens mais estreitas devido a mudanças estruturais nas condições de mercado. 

Os custos de produção mais elevados e a oferta mais restrita devem impulsionar os preços da proteína animal, gerando alguma restrição no consumo global em 2024.

Os analistas do Rabobank preveem um crescimento marginal da produção anual nos principais mercados da América do Norte, Brasil, Europa, Oceania, China e Sudeste Asiático, de 0,6 milhões de toneladas (0,5%), para um total de 247 milhões de toneladas no próximo ano. Em 2023, a projeção é de alta de 1%.

Aves e aquicultura serão os únicos dois grupos de proteína a ver a produção crescer globalmente em 2024, prevê o Rabobank, embora o crescimento seja mais lento do que em 2023. A produção de carne bovina seguirá em declínio, a exemplo de 2023, acompanhando as mudanças nos ciclos do gado na América do Norte, enquanto a produção de carne suína também terá uma modesta redução.

Em nível regional, o Brasil e o Sudeste Asiático apresentarão o crescimento mais acelerado na produção de aves e carnes, de acordo com o Global Animal Protein Outlook. No Brasil, a produção aumentará entre todas as espécies, liderada por suínos e aves, embora o percentual de alta desacelere em relação aos níveis de 2023.

Na Austrália, o aumento do número de animais e a expectativa de condições de seca no próximo ano farão com que a produção de carne bovina continue a aumentar. Com a contração na produção norte-americana, as exportações de carne bovina do país devem se tornar mais competitivas em mercados como Japão, Coreia do Sul e China.

Enquanto isso, a China verá um crescimento marginal, com as aves em melhor posição, e as carnes suína e bovina sob pressão. A Europa e a América do Norte deverão registrar uma contração geral na produção.

Custos

Os custos de produção e a inflação deverão cair, mas seguirão em nível mais elevado do que antes da pandemia. Há também sinais de que os consumidores estão se habituando a preços mais elevados e, em alguns mercados, estão dispostos a pagar um prêmio de qualidade, segundo o Rabobank.

“Para que as empresas possam sustentar o sucesso dos últimos anos, é essencial que se adaptem às mudanças estruturais do mercado. Em vez de simplesmente enfrentar a tempestade, as empresas de proteína animal precisam avaliar os seus pontos fortes e preparar-se para fazer a transição das suas cadeias de abastecimento para operar num ambiente com custos elevados e margens apertadas”, recomendou Justin Sherrard, estrategista global de proteína animal da Rabobank.

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