O governo da China decidiu não renovar a medida antidumping aplicada desde 2019 às exportações brasileiras de produtos de carne de frango. A mudança foi informada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços brasileiro. A medida deixou de ser aplicada no dia 17 de fevereiro e correspondia a uma sobretaxa entre 17,8% e 34,2%.
O Brasil é o maior exportador mundial de frango e a China é o principal destino do produto. No ano passado, o país asiático adquiriu 679 mil toneladas de frango do Brasil, o que gerou receita superior a US$ 1,9 bilhão.
“Estamos avaliando de forma positiva a superação da barreira”, disse o secretário-executivo do ministério, Marcio Elias Rosa. “A tendência é aumentar a participação no mercado chinês, que é o segundo maior consumidor de carne de frango [no mundo]”.
Segundo Rosa, o tema foi tratado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China no ano passado. Também foi discutido na 9ª reunião da Subcomissão Econômica e Comercial, de nível ministerial, realizada em Pequim. “A evolução dos entendimentos se deve a um estreitamento de relações que ocorreu nos últimos 12 meses”, disse.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o fim do processo antidumping chinês.
Segundo a entidade, com a suspensão da cobrança, as empresas do Brasil voltarão a competir em condições de igualdade com exportadores de outros países. Em janeiro, o país asiático importou 38,4 mil toneladas, ficando atrás de Japão (40,1 mil toneladas) e Emirados Árabes Unidos (38,7 mil toneladas).