A pandemia de Covid-19 trouxe uma série de problemas para diferentes setores e o comércio internacional de alimentos encontrou barreiras que jamais haviam sido previstas. Congestionamento em portos, falta de contêineres e altos valores de frete foram alguns dos principais problemas para a logística.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria Brasileira, no início da pandemia, a previsão era a de retração do comércio, com reestabelecimento apenas para o fim desse período de problema sanitário. Essa previsão se confirmou apenas para os seis primeiros meses de 2020 e, com a retomada da economia em diferentes países a partir de julho, houve uma retomada muito forte das negociações internacionais de alimentos, em níveis acima das projeções e da capacidade logística de armadores e terminais portuários.
Com aumento da demanda, houve uma disparada de custo de transporte de contêineres para todas as rotas. “Antes da pandemia, um frete do Brasil para a África do Sul, por exemplo, que custava em média US$ 2,8 mil por contêiner, saltou para valores próximos a US$ 7 mil”, informa Fernando Rosa, supervisor técnico de logística da Garra International.
Os contêineres e tanques refrigerados, responsáveis pelos embarques de carnes, tiveram pouco aumento ao longo de 2020, mas nos primeiros seis meses deste ano, apresentaram alta de 6,5% e 40%, respectivamente, no comparativo anual.
O setor logístico deve continuar trabalhando com valores de frete acima do normal nos próximos meses, devido à dificuldade para escoar o volume acumulado de cargas e do início da recomposição dos estoques para as vendas de fim de ano.