Por Garra em 29/01/2024 em Brasil e Mundo

ONU prevê ano desafiador para o comércio global, em meio a ritmo menor de expansão da economia

O crescimento econômico global deve desacelerar neste ano, para cerca de 2,4%, ante 2,7% no último ano, diz o principal relatório econômico da ONU, que apresenta uma perspectiva desafiadora para a economia e o comércio global. A previsão surge após o desempenho econômico ter superado as expectativas em 2023.

O crescimento do PIB mais forte do que o esperado no ano passado mascarou riscos de curto prazo e vulnerabilidades estruturais, afirma o estudo. O documento cita taxas de juros persistentemente altas, escalada de conflitos, comércio internacional lento e desastres climáticos crescentes como desafios significativos para o crescimento global.

O cenário deve melhorar moderadamente em 2025, com projeção de expansão de 2,7%, mas permanecerá abaixo da taxa de crescimento de tendência pré-pandemia – de 3%.

O comércio global, cujo crescimento enfraqueceu significativamente em 2023, para cerca de 0,6%, deve se recuperar para uma alta de 2,4% em 2024 – permanecendo, contudo, abaixo da tendência pré-pandemia (3,2%). 

Um relatório da Unctad (o órgão de comércio da ONU) divulgado em dezembro afirma que o comércio global sofreu um declínio ao longo de 2023, influenciado principalmente pela diminuição da demanda nos países desenvolvidos, pelo baixo desempenho das economias do Leste Asiático e por uma queda nos preços das commodities. 

Em 2024, diz o órgão, prevê-se que as tensões geopolíticas persistentes, os altos níveis de endividamento e a fragilidade econômica generalizada exerçam influências negativas sobre os padrões do comércio global.

Cenário por países

O crescimento da economia dos Estados Unidos, principal motor para a expansão global acima do esperado no ano passado, deve desacelerar para 1,4% neste ano – ante os 2,5% de 2023. A ONU também prevê uma desaceleração na China, a segunda maior economia do mundo, de 5,3% em 2023 para 4,7%.

Por outro lado, a ONU espera assistir a uma recuperação do crescimento econômico na zona do euro, depois de uma desaceleração maior que a esperada em 2023.

Embora se espere uma retomada em muitas economias em desenvolvimento na África e outras partes do mundo neste ano, o relatório afirma que as taxas ficarão muito abaixo dos níveis de atividade que foram previstos antes da pandemia de Covid-19.

Na América Latina, a projeção é que o crescimento do PIB no Brasil desacelere de 3,1% em 2023 para 1,6% em 2024, devido aos impactos prolongados das taxas de juros mais altas e da desaceleração da demanda externa. No México, a projeção é de que o PIB cresça 2,3% em 2024, após uma expansão de 3,5% em 2024. 

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