Por Garra em 05/02/2024 em Bovino

Frigoríficos brasileiros começam a sentir os efeitos da guerra no Oriente Médio

Os conflitos no Oriente Médio e no norte da África começam a afetar os exportadores do agro brasileiro. Aumento no valor dos fretes marítimos, imposição de taxas de risco, atrasos nas entregas e a possibilidade de falta de contêineres são alguns dos fatores que passaram a ser contabilizados pelas empresas, de acordo com especialistas.

Por enquanto, os exportadores consideram a situação “administrável”, porém a luz amarela foi acesa. No curto prazo, a maior preocupação é com a disponibilidade de contêineres, que poderá limitar os embarques de produtos como carnes, café e açúcar.

As companhias de transporte marítimo vêm buscando rotas mais longas e mais caras para cumprir as entregas, em tentativa de minimizar os riscos. Esses desvios, contudo, geram atrasos de entre 15 e 20 dias.

Esses, por sua vez, podem criar gargalos nos portos brasileiros. Isso porque os atrasos nas entregas vão retardar também o retorno dos contêineres ao Brasil para novos carregamentos. Com a produção em andamento, não está descartada a possibilidade de os produtores ficarem parados nos portos aguardando a disponibilidade do equipamento para novos embarques.

Segundo fontes do setor ouvidas pelo site InfoMoney, a situação é mais crítica para os produtos perecíveis, que têm menor prazo de validade, mas já interfere nos planos dos exportadores de carne bovina, aves e suínos. 

No setor de aves, Ásia (sem considerar a China) e Oriente Médio respondem por metade das exportações brasileiras. No caso das carnes bovina e suína, a China é o principal destino, com mais de 40% dos embarques. Contudo, os contêineres enviados da China para a Europa passam exatamente pela rota crítica da navegação.

Problemas

O transporte marítimo tem enfrentado condições desafiadoras ao redor do mundo. No Mar Vermelho, rebeldes Houthi, do Iêmen, vêm realizando ataques a navios mercantes na passagem pelo Canal de Suez. A passagem liga o mar Mediterrâneo ao Oceano Índico e é fundamental para o abastecimento do sul da Europa, norte da África e boa parte do Oriente Médio.

A rota pelo Golfo Pérsico também se tornou um problema. Há cerca de duas semanas, Irã e Paquistão realizaram ataques mútuos, em uma escalada considerada sem precedentes entre os vizinhos. Os portos da região abastecem Irã, Iraque, Emirados Árabes e alguns países asiáticos. A situação é mais preocupante no porto de Bandar Abbas, no sul do Irã.

Existe tensão também no norte da África, entre os vizinhos Argélia e Marrocos. A instabilidade na região vem de longa data. 

Por fim, uma seca histórica baixou o nível da água no canal do Panamá, o que diminui o fluxo de navios que cruzam o país da América Central, por onde passam cerca de 6% do comércio global.

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