Por Garra em 14/03/2024 em Brasil e Mundo

Abates de bovinos no Brasil começam o ano com forte aceleração

O ano de 2024 começou com uma forte aceleração nos abates de bovinos no Brasil. No mês passado, foram 3,14 milhões de animais, 16,3% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Essa aceleração dá continuidade ao avanço no ritmo registrado no ano passado, quando foram abatidas 34,3 milhões de cabeças – o maior volume desta década e um patamar 8% superior ao de 2022. Os dados são da consultoria Safras & Mercado e foram publicados pela Folha de S.Paulo.

Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria, aponta dois fatores básicos para esse aumento. Primeiro, os pecuaristas colocaram muito dinheiro recentemente no setor, elevando os investimentos em genética, pastagens e integração lavoura-pecuária. O resultado foi uma maior produtividade e uma melhora na oferta de animais.

Segundo, o país está saindo de um ciclo pecuário em que houve uma maior oferta de vacas para o abate. Os preços externos da tonelada de carne bovina, que atingiram US$ 8.000 por tonelada em alguns contratos de 2022, recuaram para US$ 4.500 neste ano, afetando os valores internos de negociações.

No caso do Mato Grosso, um dos maiores criadores de bovinos do país, a utilização frigorífica real atingiu, em janeiro deste ano, a quarta maior média para um mês, informa o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuário (Imea).

“O intenso ritmo de abates no mês passado reduziu significativamente a ociosidade frigorífica em Mato Grosso”, relata o instituto, que acrescenta: “O total de animais abatidos pelas indústrias mato-grossenses (exceto os que foram enviados para abate em outros estados) foi de 607,60 mil cabeças, volume é 21,97% maior em relação ao total de dezembro de 2023”. As informações são do portal DBO.

Margem de lucro

Ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, a redução de margem de lucro no setor de cria e recria forçou um número maior de vacas a caminho dos frigoríficos.

Iglesias diz que o abate de fêmeas, em 2023, foi 28% superior ao de 2022, conforme acompanhamento do setor pela consultoria. No segundo semestre, haverá uma redução no descarte de vacas e, a partir do próximo ano, o setor mostrará mais claramente a chegada de um novo ciclo. 

Apesar dessa aceleração inicial dos abates, o analista da Safras afirma que o volume deste ano ficará em 34 milhões de cabeças, um pouco abaixo dos 34,3 milhões do recorde de 2023.

A produção de carne se mantém em 9,43 milhões de toneladas, com as exportações subindo para 3,4 milhões de toneladas, 1,7% a mais do que em 2023, segundo estimativas da Safras. Neste mês, as exportações já somam 10,5 mil toneladas por dia útil, 50% a mais do que em fevereiro de 2023, conforme os dados mais recentes da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

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