O governo da Argentina anunciou a redução dos impostos de exportação para o setor pecuário, com ênfase nas carnes bovina e na indústria leiteira. A expectativa do presidente Javier Milei é de que a medida aumente a competitividade dos produtos argentinos.
O imposto de exportação de carne bovina do país foi reduzido para 6,75%, ante os 9% anteriores, de acordo com decreto publicado nesta semana. A medida, que reduz o imposto em 25%, cumpre parcialmente uma promessa que o presidente Javier Milei fez aos produtores agrícolas.
A Argentina é um exportador tradicional de carne bovina no mundo, e o principal destino da carne é o mercado chinês. Em 2023, os embarques de carne bovina da Argentina, tanto com osso quanto desossada, atingiram 682 mil toneladas, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca do país, um aumento de 7,7% em relação a 2022.
“A ideia do governo da Argentina é a ampliação da competitividade no mercado internacional e ampliar suas exportações. Este é um concorrente de peso para o Brasil no mercado internacional, em especial para a carne bovina. No entanto, mesmo com essas medidas, o Brasil segue muito mais competitivo”, afirmou Fernando Iglesias, coordenador de Pecuária e Setor Carnes da consultoria brasileira Safras & Mercado, ao site Exame.
O governo argentino também eliminou as chamadas “retenciones” sobre produtos da cadeia suína. Além da carne de porco, o decreto excluiu, de forma definitiva, os impostos sobre as exportações do setor leiteiro. Esse imposto, que atualmente varia entre 4,5% e 9% e estava suspenso até junho de 2025, será completamente eliminado, de acordo com a medida.