As exportações de carne bovina da Austrália seguem em alta neste ano, impulsionadas pela maior produção no país e um aumento das importações dos Estados Unidos.
No primeiro trimestre do ano, os embarques atingiram 275.992 toneladas, um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2023 e o maior volume para os três primeiros meses do ano desde 2015.
No período, as exportações para os EUA subiram para 68.095 toneladas – um aumento de 79,4% ou 30.000 toneladas em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em segundo lugar no ranking de importadores está o Japão, com 61.132 toneladas (24% a mais que no primeiro trimestre de 2023), seguido pela China, que reduziu as compras em 8% dadas as atuais condições do mercado local, para 46.341 toneladas.
As exportações australianas de carne bovina caíram acentuadamente em 2021 e 2022, enquanto o país recompunha seu rebanho após um longo período de seca que encolheu as pastagens, mas começaram a se recuperar no ano passado.
Em 2024, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Austrália exportará 1,705 milhões de toneladas de carne bovina e vitela, um aumento de 9% (1,562 milhão de toneladas) em relação ao ano anterior.
Importação nos EUA
O rebanho bovino norte-americano atingiu o menor nível desde 1951 no início de 2024, graças ao efeito de fatores cíclicos naturais, piorados pela seca que atinge o país e eleva os custos de alimentação do gado.
A oferta mais restrita de carne bovina e a forte demanda forçaram um aumento nas importações. Scott Brown, da Universidade do Missouri, afirmou ao site Brownfield que importar carne bovina de parceiros comerciais não é uma medida popular na indústria dos EUA, mas pode trazer alguns benefícios.
“Em geral, estamos trazendo carne magra de países como Austrália e Nova Zelândia”, disse. “O bom da chegada da carne magra é que podemos misturá-la com o que temos de sobras do boi gordo, criando mais valor a essas aparas.”
De acordo com Brown, um aumento no comércio é positivo para a indústria pecuária dos EUA no longo prazo. “Queremos quebrar as barreiras tarifárias porque sairemos vencedores dessa estratégia ao podermos exportar mais produtos”, afirma. “Isso também é sobre como podemos jogar de forma justa.”