A exportação de carne bovina do Brasil está prestes a atingir um recorde histórico no período de janeiro a maio de 2024, conforme detalhado no site Canal Rural.
Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que o Brasil exportou 735 mil toneladas de carne bovina neste ano até a quarta semana de maio, e os embarques previstos para o final do mês sugerem que o recorde de 2022 será superado, ultrapassando 800 mil toneladas.
O volume exportado de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada alcançou 178,8 mil toneladas em maio até o dia 24. No ano passado, foram embarcadas 168,4 mil toneladas nos 22 dias úteis do mês. A média diária exportada parcial está em 10,5 mil toneladas, alta de 37,4% frente ao volume total exportado em maio do ano passado (7,6 mil toneladas).
Apesar do aumento no volume de embarques, contudo, a queda nos preços continua a ser um desafio significativo para o setor. Em maio até agora, o preço médio por tonelada foi de US$ 4,5 mil dólares, queda de 11,40% frente aos dados divulgados em maio de 2023.
Abril já tinha sido um mês recorde para a exportação de carne bovina. No período, foram comercializadas 236,7 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 1,04 bilhão e resultando em um preço médio de US$ 4,4 mil por tonelada. A China permaneceu como o principal importador, adquirindo 101 mil toneladas do total exportado.
Mais frigoríficos habilitados
O volume embarcado para o país asiático tem potencial para seguir crescendo, graças à habilitação de novos frigoríficos brasileiros para exportar carnes para o mercado chinês. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, novas auditorias serão realizadas pelos chineses. A intenção é formar lotes de plantas para que a checagem do atendimento aos critérios não seja feita de forma individual.
Em março, a Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) habilitou 38 frigoríficos, número recorde de autorizações de uma só vez. Com isso, a expectativa é incrementar em R$ 10 bilhões o faturamento das exportações de proteínas animais do Brasil para o país asiático.
Fávaro disse, durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, que praticamente todas as plantas devem atender aos critérios na próxima auditoria. “Na hora que der um lote de 10, 15 ou 20 frigoríficos, faremos uma nova auditoria e tenho certeza que esse número se ampliará. Praticamente todas as plantas estão aptas”, disse o ministro.
Fávaro também reforçou a expectativa de que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheça o status do Brasil como zona livre de febre aftosa sem vacinação em 2025. Com isso, o país poderá acessar mercados mais remuneradores, como Japão e Coreia do Sul, disse o ministro.