Os custos globais de transporte marítimo, particularmente os associados ao atendimento dos mercados europeus, estão novamente em alta. A elevação acontece ao mesmo tempo em que a demanda global por exportações volta a crescer, após um ano fraco em 2023. A Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê aumento de 2,6% nos embarques de bens neste ano.
De acordo com o Drewry World Container Index, que monitora o mercado, somente na terceira semana de junho, os preços de frete para um contêiner padrão de 40 pés aumentaram 7% — resultando em uma alta de 233% em comparação ao mesmo período do ano passado.
De modo geral, as taxas globais de envio quase dobraram desde o final de abril – ainda que permaneçam muito abaixo do pico atingido durante a pandemia de Covid-19.
O principal motivo para a alta é a disrupção atual no Mar Vermelho, onde milícias Houthi do Iêmen têm atacado navios na região por laços de seus proprietários ou operadores com Israel. As ações são uma resposta ao bombardeio de Gaza por Israel.
As tensões levaram empresas de transporte comercial a desviarem suas rotas, navegando ao redor do continente africano em vez de utilizar o Canal de Suez.
Desde dezembro, houve uma queda de 50% no tráfego de transporte no Canal de Suez, compensado por um salto de 70% nas viagens ao redor do menos direto Cabo da Boa Esperança, segundo dados do PortWatch do FMI.
A mudança adicionou cerca de 40% na distância da viagem, causando atrasos de transporte de duas a cinco semanas e aumentando os custos do comércio de ida e volta à Europa.
Outra consequência das interrupções contínuas tem sido a escassez de equipamentos de transporte, especialmente contêineres. “O desvio em torno da África do Sul requer mais navios para manter o fornecimento. A distância média de viagem de um contêiner em 2024 é 9% maior do que era em 2022”, disse Jan Hoffmann, especialista em comércio da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) à DW.