Por Garra em 18/09/2024 em Brasil e Mundo

Cresce pressão para que UE adie aplicação de nova lei antidesmatamento

A pressão internacional para que a União Europeia adie a implementação de sua legislação antidesmatamento, prevista para entrar em vigor no fim deste ano, está crescendo. Na última semana, Brasil e Austrália se uniram formalmente aos esforços, que contam ainda com países como China, Estados Unidos e a própria Alemanha (maior economia do bloco europeu).

Segundo o cronograma atual, o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, na sigla em inglês) entrará em vigor em 30 de dezembro de 2024. A lei prevê barreiras contra a importação de produtos agropecuários que tenham sido produzidos em áreas que foram desmatadas depois de 2020. E terá impactos sobre o comércio de derivados de madeira, cacau, café, soja, óleo de palma, carne bovina e borracha.

Em carta aos europeus, o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmam que a lei é uma medida “unilateral, coerciva e punitiva”. Os ministros disseram que o Brasil “está disposto a explorar, bilateralmente e nos foros regionais e internacionais apropriados”, como intensificar a cooperação com o bloco europeu para a preservação das florestas. 

O Senado australiano, por sua vez, aprovou uma moção pedindo à UE que adie as regras de importação devido à incerteza sobre a forma como serão implementadas e o impacto que terão na indústria de carne bovina do país. A decisão tem o apoio dos dois principais partidos da Casa.

Na mesma linha, o chanceler alemão Olaf Scholz defendeu na última semana que “a regulamentação deve ser praticável”, acrescentando que ele havia pedido pessoalmente à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ex-ministra da defesa alemã, para suspender a EUDR até que as questões levantadas pelos representantes de empresas de impressão fossem esclarecidas.

Os comentários do líder alemão se somam às críticas à lei expressas por países como Indonésia e Malásia, que argumentam que ela terá um impacto negativo nos mercados globais de commodities.

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