Governo e produtores brasileiros vêm investindo na abertura de novos mercados e diversificação de destinos para as exportações nacionais de carnes. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, nos últimos 15 meses, o país celebrou a aprovação de 105 novos mercados para os produtos, em 50 países.
“Estamos em uma busca frenética pela abertura de novos mercados. No ano passado, tivemos o recorde de abertura de 78 novos mercados e já conseguimos a marca de 105 mercados acumulados do ano passado até agora”, ressalta o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Roberto Perosa.
As novas autorizações abrem caminho para aumentar os volumes de embarques e a alterar a lista de principais compradores das carnes brasileiras.
“No Sudoeste Asiático, tivemos incremento do volume de vendas, houve habilitações de novos planos de exportação para a Rússia, a possibilidade de maior exportação para o Chile, enfim, são diversas ações que estão sendo tomadas para criar ainda mais oportunidades para os produtos brasileiros”, diz Perosa.
No primeiro bimestre deste ano, as carnes bovina e suína do Brasil registraram vendas recorde, segundo levantamento da consultoria Datagro, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC).
Os dados mostram que o Oriente Médio está se tornando um importante destino dos produtos brasileiros. Na carne bovina, os Emirados Árabes Unidos passaram de sexto para o terceiro lugar entre os compradores, com 7,2% do total, atrás apenas da China (53,3%) e EUA (8,2%). Em números absolutos, o país comprou 26,1 mil toneladas de um total de 362,5 mil.
O levantamento da Datagro também mostra que, no caso da carne suína, Filipinas, Japão e Coreia do Sul mais do que dobram suas importações na comparação com o mesmo período de 2023. As Filipinas passaram de quinto para segundo lugar no ranking de compradores, com 12,3% das 168,2 mil toneladas comercializadas, em meio a um surto de peste suína africana que restringiu a oferta local.
O país ficou apenas atrás da China, que perdeu quase 20 pontos percentuais na participação, de 46,8% do total em 2023 para 27,4% nos primeiros dois meses de 2024.
Já as compras japonesas de produtos suínos brasileiros cresceram 136,4% e o país passou para o sexto lugar, com 5,8% do total. A Coreia do Sul ficou em oitavo lugar no ranking de compradores deste ano, com aumento de 238,2% nas compras.
A Datagro destaca que o país tem conseguido expandir seus horizontes de vendas não só nos produtos citados, mas também no carro-chefe do agro nacional, a soja. E, com essa diversificação, reduziu a dependência de poucos compradores.
A consultoria ainda afirma que esse é um retrato positivo para o país, pois denota “a resiliência, competitividade e a crescente diversificação dos destinos”.