A demanda internacional impulsionou as exportações brasileiras de carnes em setembro. Enquanto os embarques de carne bovina acumularam novo recorde, as vendas externas de carne suína e de frango registraram o segundo maior volume da história no mês, de acordo com dados de associações setoriais.
No último mês, o Brasil exportou 286,75 mil toneladas de carne bovina, um aumento de 7,1% em relação ao recorde anterior registrado em julho, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
O faturamento com os embarques somou US$ 1,26 bilhão em setembro, o terceiro maior valor da história das exportações do setor, atrás apenas de agosto e setembro de 2022, quando os preços médios da carne atingiram picos influenciados pela pandemia.
Segundo o levantamento da Abiec, os 15 principais mercados de destino da carne bovina brasileira registraram crescimento em volume no acumulado de 2024, com destaque para México, Argélia, Filipinas e Turquia.
A China ainda é a maior compradora de proteína bovina, mas os Emirados Árabes Unidos aumentaram as importações em 162% para 120 mil toneladas. O faturamento proveniente dos Emirados Árabes subiu 168%, a US$ 547 milhões.
Já as exportações de frango chegaram a 485 mil toneladas no mês passado, alta de 22% em relação ao embarcado no mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Além disso, os embarques de carne suína subiram 7,3% na comparação anual, para 120,4 mil toneladas.
A receita com as exportações de frango em setembro também foi a segunda maior já registrada, a US$ 953,8 milhões, alta de 32,6% em relação ao mesmo mês de 2023. O cenário é similar para a carne suína, com alta de 15,9% na receita, para US$ 283,7 milhões.
“A forte alta das exportações de frango em setembro reverteu o desempenho registrado ao longo do ano, que agora é positivo e deve seguir assim até dezembro”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Entre os principais mercados do produto no mês estão, nesta ordem, Emirados Árabes Unidos, Japão, Arábia Saudita, África do Sul, México e União Europeia. Os dados mostram aumento das importações de mercados com alto valor agregado, como o Japão.
Os registros da carne suína, por sua vez, indicam uma diversificação de destinos. “Além da consolidação de Filipinas como principal importador, países da América Latina, como Chile, México e Argentina, estão incrementando as suas demandas por produtos brasileiros”, disse Santin.
Preços
A demanda aquecida por proteína animal estimulou uma alta no índice global de preços de carnes da FAO em setembro.
“O aumento no índice foi impulsionado por maiores preços de carne de aves, refletindo principalmente a forte demanda de importação de carne de frango brasileira após o alívio das restrições comerciais relacionadas à doença de Newcastle”, segundo o relatório da FAO.
No caso das carnes bovina e suína, embora tenha havido estabilidade nos preços globais, os valores no mercado brasileiro vêm registrando alta.
No Paraná, um dos principais estados produtores do país e que abriga um dos escritórios da Garra International, o preço médio da carne suína registrou alta pelo quarto mês consecutivo em setembro.