A China anunciou a habilitação de 38 frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina, de aves e suína ao país. É o maior número de plantas autorizadas de uma só vez na história. São 24 plantas produtoras de carne bovina, oito de carne de aves e um estabelecimento de carne bovina termoprocessada. Também foram habilitados cinco entrepostos, sendo um de carne bovina, três de frango e um de suínos.
A previsão do governo brasileiro é que as habilitações gerem R$ 10 bilhões adicionais à balança comercial entre os dois países. Em dezembro de 2023, auditores chineses visitaram 18 frigoríficos brasileiros para inspeção, sendo que três unidades já estavam habilitadas. Já em janeiro, outras 29 plantas foram auditadas por videoconferência. Das 44 empresas inspecionadas, 38 receberam autorização para exportar. As demais não foram avalizadas por falta de alguns documentos, de acordo com o Globo Rural.
Recentemente, a China retirou a medida antidumping que era aplicada desde 2019 às exportações brasileiras de carne de frango. O mecanismo sobretaxava os negócios entre 17,8% e 34,2% conforme a empresa exportadora.
Possibilidade de mais frigoríficos
Novas autorizações para exportação à China podem ocorrer ainda neste ano, estima o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa.
A Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) comunicou ao governo em Brasília que ainda fará outra auditoria presencial em plantas brasileiras no segundo semestre deste ano.
“A GACC informou que o enfoque em 2023 era na área vegetal e que o deste ano é na área animal. Então, a chance de habilitar mais plantas existe”, afirmou Perosa.
O secretário também acredita que o cenário atual aumenta as chances de avanço nas negociações para estabelecer o sistema de “pre-listing”, acordo em que a fiscalização do ministério brasileiro é suficiente para garantir o acesso a determinado mercado. A China só adota o modelo de pré-listagem para os Estados Unidos atualmente.
No modelo atual, os frigoríficos brasileiros precisam se adaptar e atender aos critérios da China para serem incluídos em uma lista de espera, que depende do aval técnico de Pequim, geralmente feito após auditorias presenciais ou por videoconferência.