O Brasil se declarou nesta semana livre da gripe aviária (H5N1) após 28 dias sem novos registros da doença em aves de granjas comerciais. O governo federal comunicou o novo status à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e, a partir de agora, o país poderá pedir aos seus parceiros comerciais o fim do embargo total ou parcial aos produtos avícolas brasileiros.
A reativação da cadeia comercial internacional do frango brasileiro, contudo, não é automática.
“Não se comemora uma crise, mas é preciso reconhecer a robustez do nosso sistema sanitário, que respondeu com total transparência e eficiência. Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos com responsabilidade para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”, afirmou o ministro Carlos Fávaro sobre o tema.
O ciclo de incubação do vírus dura 28 dias. Se, dentro desse prazo, não surgisse mais nenhum caso, o Brasil voltaria a ser considerado livre da doença em criações comerciais. Outras seis suspeitas de gripe aviária em granjas comerciais foram investigadas e descartadas. Foram confirmados focos da doença em aves silvestres ou domésticas em vários Estados brasileiros, mas esses casos não interferem no comércio internacional.
Atualmente, o país soma 174 casos de gripe aviária, mas apenas o foco em Montenegro ocorreu em granja comercial.
Status das restrições
Na última semana, o México reduziu as restrições vigentes à importação de carne de frango brasileira, que agora se limitam ao estado do Rio Grande do Sul. Agora são 19 os países que restringem a compra de aves provenientes do estado gaúcho, além de quatro que embargam apenas a compra de aves do município de Montenegro (RS).
“Este é um importante passo para a normalização do fluxo de exportações brasileiras”, afirmou em nota Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “O México está entre os dez principais destinos de nossas exportações e tem registrado forte alta nas importações. A expectativa agora é pelo restabelecimento total das exportações.”
O Japão, por sua vez, suspendeu na terça-feira (17) temporariamente a importação de carne de aves dos municípios de Santo Antônio da Barra, em Goiás, e Campinápolis, no Mato Grosso, após a confirmação de casos de focos de influenza aviária em aves de subsistência em ambos os locais. Além disso, o país também suspendeu a compra de ovos férteis e de pintos de um dia da totalidade de ambos os estados.
Já a Mauritânia declarou a suspensão temporária da importação de aves de todo o território brasileiro, totalizando agora 20 os países nesta situação.