Os produtores brasileiros de carnes receberam na última semana boas notícias sobre a abertura de novos mercados para a exportação.
O Reino do Lesoto, na África, anunciou a abertura de mercado para a carne de frango do Brasil, o que ampliará a participação da carne de aves brasileira no continente, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
“A perspectiva positiva de consumo do mercado lesotiano segue o fluxo de alta registrada ao longo de 2023 nas exportações brasileiras para os países da África. Por isso, a abertura é especialmente celebrada pelos exportadores neste momento de indicação positiva para as vendas ao continente”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota divulgada pela associação.
Lesoto tem registrado índices crescentes de consumo da proteína ao longo dos últimos anos, com índice de consumo de cerca de 11 kg per capita atualmente, segundo informações na base de dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAOSTAT) compiladas pela ABPA.
Em 2023, o Brasil exportou 816,6 mil toneladas de carne de frango para o continente africano, 13,1% acima do registrado em 2022. A receita subiu 1,6% para US$ 857,4 milhões.
“O continente africano tem recebido cada vez mais atenção dos exportadores brasileiros, região esta que tem registrado índices crescentes de urbanização e melhoria da renda, fortalecendo a parceria do país no apoio à segurança alimentar das nações africanas”, disse o diretor de Mercados da ABPA, Luis Rua.
As negociações para a abertura de mercado de Lesoto foram iniciadas em novembro de 2023, segundo o Mapa.
Já o Butão, país de quase 1 milhão de habitantes na Ásia, abriu seu mercado para os exportadores brasileiros de carne suína. Esta é a segunda liberação do país asiático nos últimos seis meses e se soma à autorização para a exportação de carne de aves, em dezembro do ano passado.
Na avaliação do presidente da ABPA, apesar de ter um baixo consumo de carne suína per capita no Butão – 20% da população de quase 1 milhão de habitantes consome a proteína – este é um indicativo de potencial para incremento.
“A abertura deste mercado do Sul da Ásia ocorre em um momento importante para o setor, que tem buscado ampliar a capilaridade das exportações brasileiras”, destacou. A tarifa de importação de carne suína do país é semelhante à da carne de frango, em torno de 10%, proporcionando vantagem competitiva às proteínas brasileiras.
“É uma condição vantajosa importante para ampliar a nossa presença neste mercado e no nosso papel de apoio à segurança alimentar da população local, sempre em complementaridade com os produtores locais”, destaca Rua.