Os abates de bovinos no Brasil devem cair 1% em 2025, quando será iniciada a reversão do atual ciclo pecuário. A maior retenção de animais, por sua vez, deve gerar aumento nos preços. As estimativas são do escritório brasileiro do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e foram publicadas em relatório recente.
Os abates brasileiros de bovinos deverão cair para 47,5 milhões de cabeças em 2025, após um recorde de 48 milhões de cabeças esperado para 2024. O rebanho bovino brasileiro, por sua vez, recuaria 3% em 2025, para 186,87 milhões de cabeças, ante 192,57 milhões estimadas em 2024.
O escritório do USDA em Brasília estima que a produção brasileira de carne bovina chegue a 11,75 milhões de toneladas (equivalente carcaça) em 2025, após 11,85 milhões em 2024.
“Em 2025, prevê-se que o consumo interno diminua, uma vez que os produtores irão priorizar as exportações devido à forte procura externa, à desvalorização da moeda local e aos desafios enfrentados pelos concorrentes estrangeiros”, segundo o relatório.
A expectativa é que as exportações brasileiras de carne bovina registrem recordes de volume em 2024 e 2025.
Importância da carne bovina nas exportações
A relevância da carne bovina nas exportações de produtos do agronegócio do Brasil, aliás, vem crescendo nos últimos meses. Entre os países responsáveis pelo aumento do volume estão China, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Estados Unidos e Egito.
De janeiro a julho, a indústria brasileira exportou 32% a mais que no mesmo período de 2023, embora a receita em dólar tenha subido menos (21%), segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Na parcial de 2024 (até julho), contra o mesmo período de 2023, a China elevou suas compras do produto em 13%, sendo responsável assim por 49,8% das exportações brasileiras de carne bovina in natura neste ano. Os preços em dólar, no entanto, caíram 12%, de acordo com os dados da Secex.
Outros destinos importantes são Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Egito. Segundo as informações, esses três países compraram 13% da carne bovina in natura embarcada pelo Brasil neste ano, 83% a mais em relação ao mesmo período de 2023.